22 de agosto de 2011

Velhos Tempos da Jurema - Por Juremeira Mãe Joana

Inicio esse texto pedindo abenção aos mais velhos e rogando a Jurema Sagrada que abençoe aos mais novos.

Saudades dos velhos tempos sim, tempos onde se respeitavam os mais velhos consequentemente mais sábios, do tempo que se aceitava conselhos, opiniões, e sugestões...saudades de quando uma pessoa com um pouco mais de idade que a gente falava, se escutava e se nao gostava ficava calado, se nao concordava tambem nao rebatia com grosseria.

Ah! quanta saudade da ordem dentro dos terreiros, quando ao chegarmos da escola íamos ao barracão e sentavamos a ouvir nosso Pai de santo ou Padrinho ou Juremeiro, os ensinamentos, e tinha dias que era destinado a aprendermos a cantar, a rezar, a dançar na gira, a limpar e cuidar dos objetos dos pejís.

Nesse tempo se uma pessoa dissesse ou escrevesse apos uma orientação, uma aula de sabedoria de um mais antigo, o seguinte...é voces que sao alunos aprendam.... gente essas entrelinhas diz claro que a pessoa q escreveu nao precisa de ensinamentos, já sabe de tudo, é dono do saber. O que é isso? onde estamos que nos permitimos que um mais jovem rebata um mais velho com tais palavras isso para nao comentar outras coisas.

Saudades sim, da casa de meu pai de santo onde aprendi o pouco que sei, onde fui orientada como me dirigir aos mais antigos, a respeitar a hierarquia, a baixar a cabeça e escutar com atenção as palavras de uma entidade, e principalmente aprendi a passar tudo aos meus filhos.

A nossa ciencia nao é receita de bolo para ser publicada em sua integra, em seus segredos, em seus fundamentos, quer saber da ciencia da jurema? frequente uma casa de jurema, trabalhe junto aos seus irmaos na humildade, auxilie as entidades e aprenda com elas, converse com o responsavel pela casa, sem medo, sem temor, pois so ele pode te orientar da maneira correta, lembrem-se de suas ações corretas teras os louros, e seu zelador ou juremeiro ou pai de santo tambem terá os louros, do mesmo jeito que suas ações erradas, seu zelador, pai de santo, juremeiro, é que tera seu nome jogado a lama, pois se voce faz errado é porque voce assim aprendeu. Nós sacerdotes e sacerdotizas temos um nomer a zelar, uma casa de religiao a manter e muitos dependem de nosso bom nome.

Saudades sim do tempo que se colocava uma vela, um cachimbo e um galhinho de aroeira e se abria uma jurema de chao, hoje ja é jurema sentada visto q a grande maioria dos filhos tem problemas de coluna e tals..quando o mestre ao som apenas de maracas e palmas, chegava sentava numa poty ou banquinho, e pegava sua marca, e limpava a todos, tomava 2 doses de jurema na Kenga, conversava com as pessoas e sabia quem da assistencia estava com problema, mas sem coragem de ir ate o mestre, e que ele assim chamava o (a) caboclo ou cabocla, para ser consultado, pegava o galho de aroeira ou outro, e rezava a pessoa, que saia muito bem, curado do seu incomodo, com uma nova prespectiva de vida, orientado corretamente de como proceder dali em diante.

Eita saudades dos pretos velhos...adorei as almas, que com seu café cozido na porta nos fazia sentir tao leves, das mestras que nos mostravam que nao se deve tomar o que é das outras, pois um dia alguem nos tomará o que pensamos ser nosso.

Finalizo essa minha divagação de saudades dos bons tempos espirituais, saravando a nossa Jurema sagrada, ao meu mestre Arranca Toco, a meu Padrinho Ze da Virada, e ao padrinho de todo juremeiros Ze Pelintra, principalmente. saudo nosso querido Malunguinho, Rei das matas e unico e verdadeiro guardião da jurema.

Joana Juremeira

16 de agosto de 2011

Como tratar nossas entidades cigana


Os espíritos ciganos são um povo encantado que surgiu, não há muito tempo, entre as entidades de Umbanda. Sua incorporação acontece de uma forma bem mais sutil do que qualquer outra. Os ciganos são um povo nômade, que chegou ao Brasil vindo das mais variadas regiões do mundo, com costumes vários, pois apesar de preservarem sua cultura e tradição como nenhum outro povo, adquiriram também costumes das diversas regiões por que passaram. Como são nômades jamais poderão ser assentados em barro, ferro ou o que for.
É preciso um certo cuidado para não confundir estas entidades com Exu ou Pombogira. Como na maioria das casas de Umbanda não existe um culto específico aos ciganos, eles costumam ser louvados e até mesmo incorporar em seus médiuns durante as giras de Exu, que são as entidades mais próximas a eles, embora os ciganos sejam mais ligados às vibrações dos povos do Oriente. As chamadas Pombogiras ciganas em geral são espíritos de mulheres que foram, quando encarnadas, criadas em alguma família cigana, aprendendo e adquirindo seus hábitos, costumes e tradição, ou talvez alguma mulher amante da cultura e tradição ciganas, embora gadjê (não-cigana). As Pombogiras ciganas podem ser assentadas como as demais, as ciganas não. Algumas pessoas costumam fazer potes ciganos, mas é importante frisar que esses potes são um elemento de prosperidade ou energização para essa pessoa, sua casa ou seu ambiente de trabalho e não um “asssentamento” do espírito cigano que vibra em seu corpo áurico.

Os potes ciganos em geral contêm:
7 espécies de sementes (ervilha, lentilha, semente de girassol, arroz com casca, grão-de-bico, canjica, milho) para a prosperidade
1 cristal de quartzo branco que gera energia cósmica
1 pedra relativa a cada um dos chakras principais (granada, calcita laranja, citrino, quartzo verde, quartzo rosa, água marinha, sodalita ou quartzo azul e uma ametista) para manter o equilíbrio energético
1 pirita para autoconfiança
1 pedaço de âmbar para o amor
7 moedas antigas para gerar bens materiais
7 moedas correntes do mais alto valor para não faltar o dinheiro circulante
7 fitas finas coloridas (exceto preta) para enfeitar o pote
1 pedaço de ouro
1 pedaço de prata
1 pedaço de cobre
1 noz moscada
Os espíritos ciganos são livres e não se deixariam “prender” num pote de barro ou numa vasilha de vidro. Nos centros espíritas onde existe “casa de cigano” ou um cantinho especialmente reservado para eles, aí poderão ficar guardados os utensílios usados por essas entidades como punhais, lenços, taças, baralhos, suas bebidas, mas não “assentamentos” ou potes de energização.
As entidades ciganas normalmente bebem vinho tinto de boa qualidade, mas nada impede que gostem de licores finos ou qualquer outra bebida condizente com sua terra natal, quando encarnados. Da mesma forma poderão fumar, se assim lhes agrada.
Os objetos, comidas preferidas, bebidas e cores de roupas em geral são pedidos pela própria entidade, uma vez que procedem das mais variadas regiões do mundo e assim, podem ter gostos diferentes.
As “giras” de ciganos deveriam ser feitas com a mesma freqüência que a de outras entidades (pretos velhos, caboclos, exus), pois também estão em processo evolutivo e necessitam do trabalho de incorporação junto aos encarnados para tal.
Existem cantigas, compostas normalmente por pessoas que apreciam os ciganos, falando e louvando o povo, mas a música flamenca, árabe e hindu são as que mais se assemelham à dança cigana. O povo cigano tem na dança uma de suas mais vivas e exuberantes formas de expressão, tirando dos passos, dos volteios do corpo, do rodar de suas saias, do meneio de suas cabeças e mãos, uma alegria contagiante e uma vivacidade talvez única. Dependendo de sua origem, algumas ciganas dançam tocando castanholas ou segurando pandeiros enfeitados com fitas coloridas, lenços esvoaçantes, leques ou flores.
As mulheres usam saias longas, geralmente até os tornozelos, numa demonstração de recato e ao mesmo tempo sedução. As blusas não possuem decotes ousados, as saias são rodadas e fartas, usando as ciganas mais ricas várias saias sobrepostas. O colorido é o forte atrativo de suas roupas. Muitas gostam de xales, fitas, rendas, lenços, mas tudo isso deve ficar a cargo da entidade, pois possuem um significado simbólico dentro de cada família cigana. Andar sem calçados também faz parte do misticismo cigano, pois acreditam que esta é uma maneira de descarregar a energia negativa na terra, ao mesmo tempo propiciando a entrada de energia positiva que vem do céu, do Sol, da Lua e das estrelas.
É comum vermos entidades ciganas falando espanhol ou apresentando um sotaque de sua língua natal quando encarnadas; isto é perfeitamente aceitável, mas não obrigatório, não devemos esquecer que, enquanto espíritos de luz, conseguem perfeitamente adaptar seu vocabulário ao da terra onde estão.
A idéia de que temem o mar é uma perfeita bobagem. O povo cigano também reverencia a Mãe Janaína no dia 31 de dezembro e muitas entidades ciganas pertencem ao elemento água e à falange de Iemanjá. Muitos trabalhos de magia são feitos nas águas do mar e entregues à Iemanjá para que tome conta. Os ciganos respeitam e reverenciam os quatro elementos (terra, água, ar e fogo), cultuando seus respectivos elementais.
As oferendas às entidades ciganas podem ser entregues numa estrada de terra (via ascendente, nunca descendente), num descampado, na mata, na areia da praia ou numa praça central da cidade onde circule grande número de pessoas e haja lojas de bastante movimento e estabelecimentos bancários, dependendo do objetivo. O horário ideal para se fazer oferendas é de manhã bem cedinho ou entre dezoito e vinte e três horas. Em assuntos de negócios, quando o local preferido é a praça, a oferenda deve ser entregue durante o horário de movimento. O melhor período para estas oferendas é entre o quarto dia da lua crescente e o quarto dia da lua cheia, quando existe o máximo de energia lunar, yin, intuitiva, doadora de prosperidade, fartura, amor e realizações.
Cabe lembrar que, seja para comemorar o que for, não se sacrifica animal para as entidades ciganas; eles apreciam a carne, não o sangue.

26 de julho de 2011

Cuidando das Entidades da Jurema Sagrada.

( V Kipupa Malunguinho 2010, foto de Pedro Stoekcli Pires)

Muitas pessoas me procuram para tirar dúvidas sobre suas entidades de Jurema, a respeito de Nome, História de vida, modo de trabalho, para perguntar com cuidar, sobre os gostos e manias de certas entidades.

Então decidi escrever algo referente a isso, até por que eu já passei e já tive minhas dúvidas e incertezas a respeito das minhas entidades. O primeiro contato entre o médium e uma entidade varia muito, são muitas e inumeráveis situações que podem vir a acontecer, normalmente acontecem através da incorporação onde o médium em um Barracão de Jurema ou até mesmo dentro de sua própria residência, as entidades incorporam no filho e deixam seus recados seja qual for, e por vezes também deixa um nome conhecido ou desconhecido e tem casos que nem o próprio nome eles dizem. Isso é normal não é um caso de desespero, muitos se desesperam por conta disso, porque a entidade não fala, porque a entidade não disse o nome, ou porque a entidade não canta, não fuma, não bebe entre outras dúvidas. Um caso fácil de ser resolvido. Essa obrigação fica a cargo do Juremeiro ou Juremeira, é deles e unicamente deles a missão de conversar, entender, perguntar, catar fundamentos e por muitas vezes até ensinar como a entidade deve se comportar dentro do barracão.

Um bom conselho que eu dou a quem está passando por isso, é entrar em sintonia com a entidade. Poxa Danilo você falou pra eu entrar em sintonia com a minha entidade, como eu faço isso?! Simples, você pode tomar um banho daqueles que te deixa bem harmonizado e leve, um banho normal sabe?! Ou pode ser também um banho com ervas de cheiro e depois disso se ajoelhe, acenda uma vela na intenção da entidade ou corrente (caso você não saiba o nome) e peça pra essa entidade que trabalha com você que te mostre e revele se assim for de seu merecimento as dúvidas que você tem referente a ela. Lembro sempre que nossas entidades devem ser tratadas com muito respeito e que não somos nós quem a comandamos, nós apenas trabalhamos em conjunto com elas, então sempre deve haver o respeito entre o filho com a entidade para que a entidade tenha com o filho.

A internet está aí, um dos melhores meios de comunicação que o homem inventou até hoje, mas tome muito cuidado porque ela também pode trazer alguns problemas. Eu vejo por aí muitas informações sobre Jurema que são dadas erroneamente e que se forem seguidas podem vir a prejudicar. Uma delas eu vi essa semana, um amigo meu me mandou um link de um site, que o vem ensinando um ritual para que a pessoa descubra o seu Exu guardião, um ritual muito perigoso e desaconselhável. Nossas entidades elas vem até nós sem precisar realizar nenhum ritual, elas sabem que existimos e no momento certo elas iram aparecer. Vejo também muitos sites, comunidades no Orkut ou blog’s que contam a história de algumas entidades da Jurema, não digo que as histórias sejam mentira, mais pode ser que a história daquela referida entidade não seja a história da entidade que trabalha com você em sua corrente, é necessário saber que cada entidade de Jurema vai saber dá seu positivo no tempo certo e não é preciso que nós como médiuns fiquemos correndo atrás de fundamentos que somente a própria entidade pode dar.

Cada entidade sabe o momento derto de aperecer na vida do filho, elas sabem a quem vai escolher para Juremeiro, elas sabem o momento que já podem dizer seu nome, elas sabem cantar seu ponto e vão cantar no momento que elas acharem que devem, elas vão contar onde elas nasceram, viveram e morrerão, elas vão saber passar seus trabalhos sem precisar que o filho saiba.

"Jurema é Ciência Nobre" assim já diz o ponto, dê tempo e confiança nela que as coisas vão começar a fluir melhor na sua vida espiritual junto com a Jurema Sagrada. "Terra Alheia, Pisa no chão Devagar" outro ponto que também resume tudo isso que eu disse, tenha calma que tudo será desvendado.

As entidades só querem uma coisa do filho, Fé.

24 de julho de 2011

Será que o Catimbó Jurema sagrada está perdendo seus antigos costumes?

Sou do Mestre Malunguinho, mestre esse que desde a sua 1ª incorporação aos meus 15 anos, me fez entrar em profunda pesquisa e estudos sobre a história e os fundamentos do Catimbó Jurema. E com isso estou aqui hoje nestas linhas querendo explicar um pouco de tudo o que eu aprendi e ainda estou aprendendo tanto com os Artigos de Livros e/ou até mesmo de internet, com as histórias de antigos Juremeiros, amigos Juremeiros e com as próprias entidades que trabalham dentro da Jurema Sagrada.

Bom, começar a Falar do Catimbó Jurema é um tanto quanto complexo, não pelo fato de ser um difícil entendimento, porque não é, o caso é que assim como qualquer outra religião o entendimento só pode acontecer com a prática, o convívio e muito estudo sobre as mesma. A Jurema Tem por princípios na Cultura Indígena, foram os índios que começaram a cultuar a Natureza e aos seus ancestrais aqui no Brasil, e com a chegada dos europeus os índios foram obrigados a se converter ao cristianismo e esquecer os antigos costumes que eles tinham dentro de suas tribos, mas não esqueceram tais costumes por completo, continuaram reverenciando a natureza e aos seus ancestrais só que com a presença dos santos e alguns dogmas da igreja católica, daí foi onde se pode falar que o Catimbó Jurema Surgiu, com a mistura de cultos e costumes de outros povos.

A Jurema Sagrada que antes era conhecida pelo Termo Catimbó (por sinal até já postei algo sobre esse assunto), ela teve seu surgimento principalmente no Nordeste entre o Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e com menos influencia entre os outros estados do nordeste e das regiões brasileiras. Ela vem sofrendo mudanças desde a colonização do Brasil, mudanças essas que por boa parte só aconteceram para acrescentar, como é o caso de algumas vezes seus rituais e liturgias parecerem com o de outros cultos, tais como o Candomblé, a magia Europeia, o cristianismo e entre outras, misturado aos costumes religiosos indígenas. Só que infelizmente estou vendo mudanças acontecerem dentro da jurema sagrada que não estão acrescentando, e sim fazendo com que ela vá desaparecendo, e aquela jurema antiga com tantos mistérios fique no esquecimento e em histórias que os antigos nos contam. Umas das mudanças é o modo de trabalho das entidades, hoje em dia vejo que muitos mestres, mestras e caboclos estão perdendo seus costumes de trabalho e estão com um novo modo de trabalho totalmente controverso ao do antigo Catimbó Jurema, tais como a sofisticação de roupas, o uso demasiado do palavrão, o esquecimento de ritos necessários, entre outras coisas que vejo.

Infelizmente essa é uma realidade que vejo dentro da Jurema, e cada vez mais pessoas dizem ser juremeiros e quando se pergunta algo básico dentro da jurema não sabe responder e ainda tem a cara de pau de dizer que o juremeiro dele que ensinou assim, só peço que todos os Juremeiros e pessoas que tem o interesse de trabalhar dentro da jurema sagrada faça isso com muito respeito e cuidado para que essa ciência não caia no esquecimento e passe a ser um folclore. De nada adianta fazer um toque de jurema, uma consagração, uma obrigação na jurema e não sentir a Jurema Sagrada dentro de si...


4 de julho de 2011

MALUNGUINHO: Rei do Quilombo do Catucá



Líder quilombola mais temido em Pernambuco nas primeiras décadas do século 19, o negro Malunguinho é dono de uma história singular, porém praticamente anônima. Basta dizer que o Conselho de Governo, principal órgão consultivo da província e que deu origem à Assembléia Legislativa, gastou uma reunião inteira discutindo um possível ataque dos escravos refugiados na Floresta do CATUCÁ (Mata Norte, entre Recife e Goiana) ao Recife. A suposta invasão aconteceria em 1827, comandada por Malunguinho.

Mestre João, que entrou para a historia conhecido como Mestre Malunguinho (de "MALUNGO"- "companheiro de viagem") , viveu em Pernambuco na primeira metade do século XIX, quando foi chefe (Rei) do quilombo do CATUCA´. Como "irmão do quilombo" foi libertador de muitos de seus irmãos que viviam no cativeiro das senzalas. Era temido por todos os senhores brancos e dizia a lenda que ele tinha uma chave mágica que abria todas as correntes, todas as senzalas.

Era respeitado por seu povo como rei de enorme sabedoria, herói, guerreiro e libertador...Não haviam caminhos fechados para MALUNGUINHO...Grande rei e sacerdote do povo BANTU.

A tradição do TOREH nos conta que quando o exercito invadiu o quilombo do CATUCÁ, Malunguinho foi ferido, mas não foi capturado. Foi abrigado, quase a beira da morte, pelos índios, os quais curaram seus ferimentos, e entre os quais ele passou a viver por muitos anos. Foi nesse período que Mestre João – Malunguinho teve seu reencontro com a JUREMA SAGRADA, assumindo a missão que lhe estava reservada, pela Força Superior, no ADJUNTO DA JUREMA, foi reconhecido em seu tempo como o maior entre todos os JUREMEIROS, cumpriu honrosamente sua missão de MESTRE e LIBERTADOR, não só libertador dos negros escravos presos nas senzalas mas sobretudo um LIBERTADOR DE ESPIRITOS , espíritos aprisionados ate´ então no cativeiro espiritual da ignorância e da ilusão; libertou muitos cativos, com a chave mágica do AJUCA, voltando-os em direção a LUZ para seguirem firmes dentro do caminho da JUREMAÇAO. Para cumprir esta missão MESTRE JOÃO (MESTRE MALUNGUINHO) recebeu, uma vez mais, sob a ACACIA JUREMA, a posse da Chave dos Mistérios, e com ela conduziu exemplarmente seus discípulos dentro da JUREMA, como MESTRE-GUIA, restaurando a pureza do culto, o qual estava bastante ressentido da falta de um verdadeiro MESTRE ENCARNADO naquele tempo.

MALUNGUINHO não é, simplesmente como muitos pensam, "o exu da jurema", na verdade MALUNGUINHO, MESTRE JOAO, o "REI DAS MATAS”, e uma manifestação do espírito de CARIDA, é o MESTRE-GUIA, o guardião, o que tem a Chave-Mestra da JUREMA, a qual recebeu de TOREH "JERUBARI" como um poder de realizar a Sua obra na Terra.

Com MALUNGUINHO, a luz capital do ADJUNTO DA JUREMA, a qual havia se ocultado no oriente, firmou-se fortemente desde o seu caminho de volta ao ocidente, pelo caminho do SOL. A trajetória de Malunguinho em muitos pontos identifica-se de forma misteriosa , `a trajetória de outros destacamentos emissários da luz da Acácia no Oriente....como, por exemplo, MOISES, o qual também levou a cabo a missão de reunir o seu povo disperso, livrando-o do cativeiro e da escravidão, para levá-los novamente ao caminho da Luz.

Aqueles que já tiverem lido cuidadosamente a Bíblia, ou a TORAH, devem se recordar que o grande SENHOR do Universo apresentou-se a MOISES numa ACACIA, numa JUREMA, o que não é, nem nunca foi uma simples coincidência; Interessante notar que muitos dos ensinamentos de MOISES com relação ao Culto da ACÁCIA passaram aos nativos da África, especialmente aos BANTOS, antepassados de Malunguinho, através de JETRO, sogro de Moises, e grande iniciado nos Mistérios da ACÁCIA.

Nos documentos da polícia não há registro da morte ou captura de Malunguinho. O quilombo foi dizimado por volta de 1830.

1 de julho de 2011

Casas de Axé


Com a convivência dentro de Casas de Axé eu percebi que existem muitos conflitos entre Seus zeladores, é algo que infelizmente realmente existe. E ao meu ponto de vista isso estraga com muitas casas. Eu gostaria de saber ou entender o que um Zelador(a) ganha com isso?! Em que ele vai se beneficiar em prejudicar outras pessoas que também são do Axé?! Será que eles gostam de ficar brincando de jogar feitiços um para o outro?! E por que prejudicar uma festa de outro terreiro por causa do zelador ou do filho que está dando a festa?! Isso não seria uma falta de respeito com as entidades q assim eles também acreditam e cultuam?!

Nós temos que parar pra ver que a Jurema e a Nação estão se acabando aos poucos por causa dos próprios dirigentes e os filhos das casas que estão entrando na religião por pura Vaidade. E querem ser o melhor do que os demais irmãos de fé, eu acredito que ninguém é melhor do que ninguém, cada um tem o seu próprio axé, cada um recebe aquilo que lhe é de merecimento, Deus dá o cobertor de acordo com o frio.

Para se trabalhar dentro da Jurema, Candomblé, Umbanda ou outras religiões de matriz africana é necessário entender do que se trata o culto no qual você faz parte, procurar saber das suas origens, ver como é o seu modo de trabalho, ver as regras que você terá de cumprir, seus deveres dentro do culto, seus direitos, ver as responsabilidades que você pode vir a ter. Os zeladores não deveriam sair por aí fazendo outras pessoas a torto e a direita, ocasionando a existência de futuros Zeladores que não tiveram os fundamentos ensinados e não seguem os preceitos que são necessários cumprir, sem saber se realmente é de necessidade uma pessoa vir a ter uma obrigação feita.

Na nossa religião, outra coisa que também tem me deixado muito triste é saber que existe muitas casas que os zeladores faz da religião um modo de vida... Tudo bem eu aceito que Exu não trabalha de Graça e nem nós iremos dedicar nosso tempo a uma certa obrigação dentro do barracão e não vamos ganhar nada... eu acredito que sim. Sabe por que?! Porque quando fazemos nossas obrigações a nossa carteira de trabalho não é assinada e as entidades não assinam um contrato de pagamento por serviço prestado a eles... Nós entramos na religião por Amor... Pelo menos foi assim como eu entrei, Por Amor.

Quando entramos numa casa de Axé nós começamos a acreditar que todos os nossos problemas serão resolvidos e que nós seremos superior a tudo e a todos, pensamos que é só fazer um trabalho que tudo se resolve. Eu já pensei assim um dia e sabe o que aconteceu?! Eu me estrepei, a vida dentro do axé não é assim um mar de rosas não, nossas entidades não podem fazer tudo o que pedimos sempre, porque se elas começarem a deixar o nosso caminho sem problemas ou crises como vamos aprender a viver?! Como é que vamos tirar os nossos ensinamentos que aprendemos durante a vida?! É assim que eles nos ensinam.

Essas são algumas coisas que existe dentro das casas de axé que me preocupa e tenho certeza que também preocupa outras pessoas... Peço A Deus, Meu Santo e as entidades da Jurema todos os dias que Olhem pelos Zeladores de Casas de Axé pra que eles sejam guiados no caminho certo da Ciência que assim é cultuada dentro de Cada Barracão...

Axé Irmão... Espero que você Reflita e tente Mudar essa situação como eu também estou tentando.

Danilo MalungO

27 de junho de 2011

Hangiofóbia e auto-promoção - Por Sandro de Jucá






Hoje Vi esse Recado que me foi enviado pelo Orkut por meu Irmão Sandro de
Jucá do Quilombo Cultural Malunguinho, realmente um verdadeiro absurdo o que
fiquei sabendo... quanto mais podermos falar sobre isso ou realmente agir será
melhor...

Atenção
juremeiros e juremeiras de todo Brasíl, estive sábado último (25 de
JUNHO) com uma equipe de pesquisadores no municipio de Alhandra Paraíba
nas terras do acaís onde me deparei com um total abandono, a capela onde
fica o túmulo do mestre Flosculo Guimarães está sendo destrúida por
cupins e toda área em volta cheia de lixo e muita erosão,será que o
estado da Paraíba na pessoa de seu governador Ricardo Coutinho ainda não
acordou para o valor que existe dentro do seu estado ? cadê tambêm os
juremeiros e juremeiras da Paraíba que não questionam o governo para
essa valorização ? será que o iphan não está vendo isso ? se já não
bastasse a barraca das sete portas referência em muitos cânticos dos
mestres e mestras da jurema está sendo gerênciada por um grupo de
evangélicos, o que é isso gente ? mesmo me tratando com urbanidade o
atendente da barraca me falou que não conversa sobre jurema nem sobre á
história daquele lugar apesar de questionado por alguns turistas que
visitam a área nada sabe dizer e agora por diante "quem comanda aqui é
jesus" será que é necessário nós do Quilombo Cultural Malunguinho irmos
mais uma vêz lutar pelo acaís ? cadê os que se intitulam Guardiões
zeladores da Jurema no acaís ? sempre nas minhas falas no acaís
destaquei á valorização de forma colétiva da Jurema e não o brilhantismo
que se avinzinhava,por observar em alguns um certo destaque maior pra
pessoas que pela causa,os indios aratanguis devem está envergonhados com
essa situação ,pessoas que usam essa verdadeira cultura viva como mote
para suas promoções pessoais, eu sou um dos cordenadores religioso do
Quilombo Cultural Malunguinho e nunca ganhei dinheiro com isso ,ao
contrário gasto por muitas vêzes em ,transportes,alimentação,divulgação
em eventos propósitivos para nossa Jurema,inclusive deixo até de cuidar
de minha vida privada para participar de coisas relativas á Jurema, como
muitos da nossa equipe tambêm o fazem,achei pertinente durante todas as
filmagens que foi feita pela equipe vinda de São paulo destacar a forma
que o estado trata nossa cultura religiosa e que não atenta para esses
espaços como atrátivo turistico, O Quilombo Cultural Malunguinho não
concorda com esse abandono e questiona tambêm esses Braváteiros de
plantão que usam nossa liturgia para suas promoções pessoais, e por
enquanto se deblateram os bravateiros o Acaís se acaba .

Sandro de Jucá